quinta-feira, 23 de outubro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
"Não sei quantas almas tenho
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho
Nunca vi nem acabei
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é o que é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não é meu.
Sou minha própria paisagem.
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti
Releio e digo: "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu."
Fernando Pessoa
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho
Nunca vi nem acabei
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é o que é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não é meu.
Sou minha própria paisagem.
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti
Releio e digo: "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu."
Fernando Pessoa
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
poet
"Eu não sou eu nem o outro
sou qualquer coisa de intermédio
pilar da ponte de tédio
que vai de mim para o Outro"
Mário de Sá-Carneiro
sou qualquer coisa de intermédio
pilar da ponte de tédio
que vai de mim para o Outro"
Mário de Sá-Carneiro
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